LAPSO
DE RAZÃO
Às vezes
parece que a gente vive uma cegueira eterna quando tem um rápido lapso de
razão.
Percebemos
que os dias nada mais foram do que nuvens de sonhos que se dissiparam com o
vento e nada deixaram.
Isso
pode ser muito perigoso pois quando alicerçamos nossa vida no terreno arenoso
dos sonhos, corremos o risco da construção não ser sólida o suficiente para
aguentar a mais dura tempestade.
Não
afirmo que não seja bom sonhar. Pelo contrário, acredito que os sonhos sejam o
que impulsiona a vida.
Mas
mantê-los como base da vida é uma roleta russa. Durante muito tempo em vivi
sonhos que não pude realizar e colho muitos frutos disso.
Hoje,
com o pé mais no chão consigo perceber que poderia muito bem mesclar o terreno
arenoso dos sonhos com a base sólida da razão.
Aí
sim teria um material mais resistente a qualquer tempestade.
Sonhar
é bom sim! A partir dos sonhos podemos traçar os objetivos que nossa vida fora
deles vai vivenciar.
Se
usássemos a vontade que temos de sonhar para impulsionarmos a nossa vida,
talvez não houvesse tanto sofrimento no mundo.
Existem
muitos sonhos bons, que acrescem muito a nossa existência, mas viver uma vida a
base deles é loucura!
Eu,
pelo contrário, não posso me dar ao luxo de querer viver dos meus, já que
setenta por cento dos meus são pesadelos.
Não
me interpretem mal: sonhem, sonhem sim, sonhem com gosto!
Mas
não deixe que esses sonhos iludam seus caminhos.
Na
mitologia grega, O deus moldador dos sonhos, Morfeu, filho de Hipnos, o Deus do
Sono, era o responsável pelos sonhos das pessoas. Ele costumava assumir a
figura da pessoa amada, como exemplo, e povoar os sonhos, dando a sensação de
prazer àquela pessoa.
Não
se esqueçam que os sonhos representam aspirações nossas, coisas que queremos
para nossa vida. Daí minha afirmação de que eles podem servir de incentivo para
a engrenagem da vida, mas nunca como pedra de salvação e objetivo a ser seguido
cegamente.
Tenham vocês também seus lapsos de razão.
Eles
são saudáveis!
Sei
que esse não é um tipo de texto que vocês gostariam de ouvir, mas isso precisa
ser dito. Sonhar pode sim ser prejudicial à saúde, desde que não seja feito com
moderação.
Eu
sonho, tenho pesadelos (os segundos conseguem me influenciar mais do que os
sonhos propriamente ditos). Meus sonhos, pois mais raros que sejam, servem hoje
de base para o que eu procuro de bom para minha vida.
Mas
hoje minha filosofia se resume a: “menos sonho, mais razão”.
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