terça-feira, 10 de julho de 2012


LAPSO DE RAZÃO





Às vezes parece que a gente vive uma cegueira eterna quando tem um rápido lapso de razão.

Percebemos que os dias nada mais foram do que nuvens de sonhos que se dissiparam com o vento e nada deixaram.

Isso pode ser muito perigoso pois quando alicerçamos nossa vida no terreno arenoso dos sonhos, corremos o risco da construção não ser sólida o suficiente para aguentar a mais dura tempestade.

Não afirmo que não seja bom sonhar. Pelo contrário, acredito que os sonhos sejam o que impulsiona a vida.

Mas mantê-los como base da vida é uma roleta russa. Durante muito tempo em vivi sonhos que não pude realizar e colho muitos frutos disso.

Hoje, com o pé mais no chão consigo perceber que poderia muito bem mesclar o terreno arenoso dos sonhos com a base sólida da razão.

Aí sim teria um material mais resistente a qualquer tempestade.

Sonhar é bom sim! A partir dos sonhos podemos traçar os objetivos que nossa vida fora deles vai vivenciar.

Se usássemos a vontade que temos de sonhar para impulsionarmos a nossa vida, talvez não houvesse tanto sofrimento no mundo.

Existem muitos sonhos bons, que acrescem muito a nossa existência, mas viver uma vida a base deles é loucura!

Eu, pelo contrário, não posso me dar ao luxo de querer viver dos meus, já que setenta por cento dos meus são pesadelos.

Não me interpretem mal: sonhem, sonhem sim, sonhem com gosto!

Mas não deixe que esses sonhos iludam seus caminhos.

Na mitologia grega, O deus moldador dos sonhos, Morfeu, filho de Hipnos, o Deus do Sono, era o responsável pelos sonhos das pessoas. Ele costumava assumir a figura da pessoa amada, como exemplo, e povoar os sonhos, dando a sensação de prazer àquela pessoa.

Não se esqueçam que os sonhos representam aspirações nossas, coisas que queremos para nossa vida. Daí minha afirmação de que eles podem servir de incentivo para a engrenagem da vida, mas nunca como pedra de salvação e objetivo a ser seguido cegamente.

 Tenham vocês também seus lapsos de razão.

Eles são saudáveis!

Sei que esse não é um tipo de texto que vocês gostariam de ouvir, mas isso precisa ser dito. Sonhar pode sim ser prejudicial à saúde, desde que não seja feito com moderação.

Eu sonho, tenho pesadelos (os segundos conseguem me influenciar mais do que os sonhos propriamente ditos). Meus sonhos, pois mais raros que sejam, servem hoje de base para o que eu procuro de bom para minha vida.

Mas hoje minha filosofia se resume a: “menos sonho, mais razão”.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Gostou do texto? Nem tanto? Não gostou? Muito pelo contrário? Comente aqui! Ou xingue o autor, caso prefira! rs