domingo, 16 de setembro de 2012

Boa noite meu povo! Resolvi "repostar" (se é que essa palavra existe - rs) alguns dos textos que eu havia postado no meu facebook antigo. Um deles e que reputo um dos mais interessantes é o "ensaio sobre a solidão". Escrevi esse texto há alguns meses e algumas pessoas ja conhecem, mas queria que ele fizesse parte desse NOSSO espaço. Um abraço a todos e, mais uma vez, obrigado pelo carinho e pela paciência.






ENSAIO SOBRE A SOLIDÃO

 

 

Durante algum tempo eu me perguntava porque eu me sentia tão sozinho. Acho que isso influenciou muito no meu processo depressivo, porque eu simplesmente não conseguia me sentir amparado por lado nenhum, muito embora eu tivesse o mundo ao meu redor.

Em um desses episódios, lá pelo ano de 2008, eu estava saindo do fórum e resolvi atravessar a rua de olhos fechados pensado: “se eu morrer o mundo não perde muita coisa”.

Pois bem.

Graças ao bom Deus (ele teve um papel importante nesse período), nada de grave me aconteceu (porque isso não foi uma vez só) e eu tive uma segunda chance para repensar minhas atitudes.

Em um desses momentos de divagação eu me recordei de um pesadelo que tive quando adolescente: estava eu voando e de repente uma pessoa pegava minha mão e me levava, para baixo das nuvens. Eu conseguia ver uma aglomeração e, ao me aproximar, percebi que eu conhecia muitas pessoas que ali estavam. Quando cheguei mais próximo, pude reconhecer, nitidamente, meus irmãos abraçados com minha mãe, inconsoláveis, chorando copiosamente. Naturalmente o desespero tomou conta de mim e eu, até então não sabia se tratar de um pesadelo. Naquele exato momento eu pude perceber que se tratava do meu velório e que o que voava, na verdade, era meu espírito, observando aquela cena.

Depois de ver essa cena eu olhei para os lados e vi que muitas pessoas eu conhecia e algumas que lá estavam eu pude perceber que conheceria bem mais tarde.

Foi então que eu percebi que, mesmo rodeado de pessoas eu ainda conseguia me sentir sozinho.

Então eu me propus um pacto: durante uma semana eu observaria as pessoas ao meu redor ao invés de simplesmente constatar que estava largado e abandonado.

Pude perceber então a preocupação das pessoas com o meu estado (que naquele tempo era grave, de fato) e que muitas oravam para a minha melhora.

Tive muitos amigos que fizeram muito por mim, me resgataram de um buraco sem fundo e me trouxeram de volta para o mundo. Além da minha família... esses sofreram junto comigo. Cada lágrima que eu derramava era um espinho no coração deles.

Isso precisava ter um fim!

E foi aí que eu percebi que eu não estava caindo em um precipício, mas sim pulando nos braços das pessoas que queriam o meu bem e que eram e são muitas.

Hoje eu tenho a capacidade de reconhecer quem está do meu lado e que não são poucas pessoas.

Apesar de ter falhado com muitas delas (e sigo falhando), foi por elas que eu voltei desse lado escuro em mim e é por elas que sigo lutando para que isso jamais volte a me dominar.

Eu que sempre fui um cara muito brincalhão, um dia me cansei disso. Queria que as pessoas me reconhecessem por outros atributos. Tanto que um dia em conversa com meus irmãos, nós dizíamos: “O tio Rodrigo vai ensinar as crianças a falar inglês. O tio Danilo vai ensinar as crianças a cuidar do computador. A tia Cindy vai ensinar as crianças a serem sérias. E o tio Leandro vai fazer palhaçada pra elas”. Eu fiquei extremamente triste com essa constatação porque eu era reconhecido justamente por aquilo que eu não queria e isso me fazia sentir um vazio muito grande.

Mas eu consegui, tempos depois, constatar que cada um tem um papel nessa vida e uma coisa que as torna especiais.

Por isso, meus amigos, digo a todos vocês: cada um tem um papel importante na existência do outro. Jamais ignorem isso. Eu aceitei o meu e hoje tenho a capacidade de fazer as pessoas rirem com uma certa facilidade, muito embora algumas vezes meu coração esteja chorando.

Eu costumo usar a seguinte frase que tirei da música “Show must go on” do Queen: “dentro de mim meu coração está despedaçado, minha maquiagem derretendo, mas meu sorriso continua intacto”.

Constatando isso eu consegui sair do meu estado vegetativo pois encontrei meu papel na vida e percebi que sou uma peça importante nos dias daqueles que me rodeiam.

A mensagem que deixo é essa: quando se sentirem assim, procurem o papel na vida da sua família e amigos. Você vai perceber o quão é importante para eles e que, na verdade, você nunca esteve sozinho.

 

6 comentários:

  1. Leandro,
    muito bom saber que você reconhece a importância que tem na vida de tantas pessoas!
    E.O.

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    1. Meu(minha) querido(a) E.O.!!!!!
      Sei sim a importância que as pessoas tem na minha vida e sei também que existem pessoas pelas quais vale muito a pena viver! Por essa razão não dexei meu corpo sucumbir à tristeza, porque sei que tenho tudo o que eu quero e o necessário para seguir adiante! Tristesas vão e vem, alegrias também. O estado de espírito não é duradouro, vivemos em constante alternância. Isso se chama "a arte da vida"

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  2. "Todo guerreiro da luz já ficou com medo de entrar em combate.

    Todo guerreiro da luz já traiu e mentiu no passado.

    Todo guerreiro da luz já perdeu a fé no futuro.

    Todo guerreiro da luz já trilhou um caminho que não era o dele.

    Todo guerreiro da luz já sofreu por coisas sem importância.

    Todo guerreiro da luz já achou que não era guerreiro da luz.

    Todo guerreiro da luz já falhou em suas obrigações espirituais.

    Todo guerreiro da luz já disse sim quando queria dizer não.

    Todo guerreiro da luz já feriu alguém que amava.

    Por isso é um guerreiro da luz; porque passou por tudo isso, e não perdeu a esperança de ser melhor do que era."

    - Paulo Coelho

    .
    ~dub.

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    1. Adorei o texto amigo(a)!!!
      Pena que não se identificou mas percebi que você acompanha o blog! Muito obrigado pelo carinho

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  3. A forma que você expressa seus sentimentos é impressionante.. Adoro seu blog, ele me ajuda muito

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    1. Querido(a) Amigo(a)
      Que bom que com minhas palavras posso ajudar de alguma forma! sei o quanto é ruim enfrentarmos certas desventuras da vida sem ajuda, sem um apoio, um norte. Mas precisado por sempre contar com o blog e comigo pessoalmente. Deixe seu email para que eu entre em contato. Um abraço

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