O
HOMEM QUE NÃO CONHECIA A BONDADE
Era
uma vez um homem que não sabia o que era a bondade. Vivia num lugar
extremamente triste, frio, onde as pessoas eram indiferentes e violentas.
Nesse
ambiente ele cresceu e formou seu caráter, acreditando que as pessoas não
tinham um lado bom. Pelo contrário! Cada manifestação de consideração por parte
dos outros era vista como uma maneira de obter alguma vantagem.
Era
uma pessoa amarga e sozinha, pois não conseguia enxergar cor nos dias de sol,
nem sentir todos os belos aromas de um dia de chuva.
Era
infeliz.
Um
belo dia, resolveu mudar dali, levando poucas lembranças, mas uma certeza: não
existia bondade e nem um lado bom nas coisas.
Chegou
a uma cidade e, para ele, nada havia mudado. As pessoas continuavam as mesmas,
frias, indiferentes e violentas. As famílias não eram como ele ouvia falar que
poderiam ser. Sua vida continuava triste e sem sentido.
Até
que, um belo dia ao atravessar a rua, ele percebeu que uma senhora estava
atravessando no sentido contrário. Era uma senhora de idade, caminhava com
dificuldade. Ao se aproximar dele ela perdeu o equilíbrio e caiu, na sua
frente. O homem, como que por reflexo, levantou a mulher, ajudado a pegar as
coisas que caíram de seus braços.
A
mulher então olhou em seus olhos e disse: “Meu filho, Deus o abençoe! É tão
difícil ver alguém bom hoje em dia!”.
O
homem, assustado, saiu correndo em direção a sua casa, incrédulo! Era a
primeira vez que aquilo acontecia e ele estava apavorado. Afinal de contas, não
estava acostumado com palavras doces.
No
outro dia, ela já olhava as pessoas com uma certa desconfiança, assustado.
Parado em uma rua, ele percebeu que puxaram seu casaco. Era uma menininha de
seus seis anos apontando para um poste perto dele. Ela tinha deixado voar uma
bexiga de gás que segurava e que ficara presa naquele poste. O homem, então,
entendendo o que a menina queria, sem muito parar para pensar, pegou o balão e
o entregou à menina, sem nada dizer. Quando, sem muito avisar, a menina abraça
a perna do homem e diz “obrigada moço”.
Depois
disso sua vida mudou.
Aquele
homem criado em meio à violência e frieza, percebeu que quanto mais a gente
espera a bondade dos outros, mais longe da gente ela fica, mas quando a gente
resolver ser bom para os outros, aí sim, a gente encontra a verdadeira bondade.
A
bondade está nas coisas simples, no ajudar, no ouvir, no “estar ali”.
A
chuva passou a ter um cheiro especial e os dias ensolarados começaram a ter uma
cor maravilhosa e a vida daquele homem começava ali.
Desse
dia em diante, ele conseguiu perceber que a vida sempre pode recomeçar. E a
dele recomeçou.
A bondade está dentro
da gente. Pratiquem-na, sem esperar nada em troca e seus dias terão mais cor e
a chuva um cheiro especial. Isso se chama “viver”.
A bondade o trouxe de volta à vida.
ResponderExcluirSeus textos são um sopro de vitalidade a todos que os leem.
Abraços,
E.O.